A figura do correspondente internacional é geralmente identificada com a mídia mainstream, com a geração de fatos, de verdades, que corroboram, de forma efêmera, as perspectivas das classes dominantes para as conjunturas específicas de cada país. Mas a força dos movimentos dos povos por sua autonomia e liberdade e a solidariedade internacional com esses movimentos revolucionários não prescinde de quem, estando presente de forma física ou se correspondendo com os atores dos eventos, fale dos acontecimentos para quem compartilha condições semelhantes, dentro de uma outra perspectiva, com a visão dos explorados e de sua história imediata.
A Coleção Correspondência Internacional, da Arquimedes Edições, apresenta um conjunto de livros que têm formas textuais e processos de produção extremamente diversos, que vão desde reportagens sobre o dia a dia da revolução Nicaraguense até um romance autobiográfico, mas todos escritos no contexto das redes de solidariedade internacional latino-americanas dos anos 70 e 80, e pretende com isso transformar em memória aquilo que só pôde ser concebido pela inserção imediata na realidade social que a correspondência internacional propicia.