Paz, hegemonia e poder global
15 de agosto de 2023A guerra e o comércio internacional
30 de janeiro de 2024Esta é uma reedição, com objetivo de registro histórico, de uma obra que fala da revolução em uma ilha de 344 km2, 20 km de diâmetro, menos de 1/3 da área do Rio de Janeiro e 110 mil habitantes. Nos conta a história desta vitoriosa revolução, iniciada em 13 de março de 1979. Era a primeira revolução vitoriosa na América depois de Cuba.
Esta revolução, que tomou a dimensão de sonho para ser real, em seus quatro anos de existência começava a se tornar perigosa. Não porque tivesse um significado econômico ou poder militar, mas por sua dignidade moral, sua pureza, sua radicalidade, seu companheirismo, seu internacionalismo, enfim… sua dimensão de sonho.
A edição original foi escrita e lançada pela editora do Comitê de Solidariedade com os Povos Latino-Americanos (COSPLAM), poucos dias após a bárbara e covarde intervenção imperialista perpetrada pelos Estados Unidos em 25 de outubro de 1983, que interrompeu esse sonho de liberdade.
A figura do correspondente internacional é geralmente identificada com a mídia mainstream, com a geração de fatos, de verdades, que corroboram, de forma efêmera, as perspectivas das classes dominantes para as conjunturas específicas de cada país. Mas a força dos movimentos dos povos por sua autonomia e liberdade e a solidariedade internacional com esses movimentos revolucionários não prescinde de quem, estando presente de forma física ou se correspondendo com os atores dos eventos, fale dos acontecimentos para quem compartilha condições semelhantes, dentro de uma outra perspectiva, com a visão dos explorados e de sua história imediata.
A Coleção Correspondência Internacional, da Arquimedes Edições, apresenta um conjunto de livros que têm formas textuais e processos de produção extremamente diversos, que vão desde reportagens sobre o dia a dia da revolução Nicaraguense até um romance autobiográfico, mas todos escritos no contexto das redes de solidariedade internacional latino-americanas dos anos 70 e 80, e pretende com isso transformar em memória aquilo que só pôde ser concebido pela inserção imediata na realidade social que a correspondência internacional propicia.
- O estádio era mais alegre (Chile, 1973 – Já publicado)
- E também lhes ensine a ler… (Nicarágua, 1980 – Já publicado)
- Granada: um pequeno povo que resolveu libertar-se… (Granada, 1983)
- Os sandinistas aceleram o passo (Nicarágua, 1979 – No prelo)
- Concepções e prática dos revolucionários salvadorenhos (El Salvador, 1980 – Previsto para 2024)
Nilton Bahlis dos Santos começou a fazer política no Colégio Julinho em Porto Alegre. Em 1964 entrou na Faculdade de Arquitetura, onde participou do Diretório Acadêmico. Em 66 foi eleito para o DCE-UFRGS, depois para a UEE-RS e para a diretoria da UNE, em 1967. Como seu diretor participou da organização das lutas do Movimento Estudantil de 1968, dos debates sobre educação e da tentativa de reorganizar os Centros Populares de Cultura (CPC) da UNE, que organizavam ações dos estudantes diretamente junto a setores populares: atividades culturais, ações de educação, de saúde e saneamento, construções de habitações populares em sistemas de mutirão, e outras.
Em 1969 mudou para o Rio, vivendo na semi-clandestinidade até 1972, quando, com a queda de quase 200 companheiros, se exilou no Chile. Com o Golpe, foi preso no campo de concentração do Estádio Nacional do Chile e submetido a Corte Marcial, o que conta no livro “O Estádio era mais Alegre” desta mesma editora. Foi retirado de lá pela Cruz Vermelha Internacional e exilado na França, protegido pela Comissão da ONU para Refugiados, até 1979 quando voltou ao Brasil.
É jornalista, produtor cultural, doutor em Ciência da Informação, e especialista em sistemas complexos, redes sociais e Internet.
Além dos livros desta Coleção Correspondência Internacional a Arquimedes Edições editou do autor A informação e o paradigma holográfico, 2020.