Um pai nada óbvio
13 de setembro de 2020O todo aberto
14 de setembro de 2020ISBN: 978-85-89667-59-3
©Herdeiros de Stenka do Amaral Calado 2019
Prefácio: Um grito por liberdade, democracia e resistência / Nadedja Calado
Artigos: Jornalismo Hereditário / Vlad Calado, O estampido Calado / Ricardo Bigio Calado
Formato: 16×23 cm, 176 páginas
Edição: Vlad Calado e Ricardo Bigio Calado
Supervisão editorial: Arquimedes Martins Celestino
Projeto Gráfico e Capa: Vlad Calado
Diagramação: Yuri Bigio Calado / Ideiatrip.com.br
Revisão: Marilza Bigio e Luiza Ribeiro Martins
Fontes: Arquivo Público do Ceará / Biblioteca Nacional Digital (memoria.bn.br)
Em busca do pai que lhe foi roubado
Em fevereiro de 2006, o jornalista Stenka do Amaral Calado, partiu de Vitória-ES, onde era editor do jornal online SéculoDiário.com, para Fortaleza, para aquela que seria a reportagem mais importante de sua carreira de mais de 50 anos no jornalismo: a busca dos fatos ocorridos em Julho de 1949, quando seu pai, o também jornalista e líder popular do PCB Jaime Calado, foi assassinado. Foi reviver memórias de um menino de 9 anos, que junto com seus 5 irmãos e sua mãe, a também ativista Margarida do Amaral Calado, viveu a maior dor que uma família pode experimentar: a perda de um pai de forma violenta e covarde. Assassinato cometido por agentes de Estado, dentro de um prédio público, o Teatro Jose de Alencar. Tudo em repressão a um comício montado por Jaime e seus companheiros para discursar contra a presença de Plínio Salgado e dos integralistas (representantes organizados do pensamento fascista no Brasil).
Stenka pesquisou toda a cobertura dada ao caso na imprensa e entrevistou companheiros que tiveram contato com Jaime em sua atuação política. Pôde assim, além de consolidar a verdade sobre sua morte, encomendada e apoiada institucionalmente pelos poderosos da época, também conhecer o lado humano e carismático de um homem que era admirado por seus pares e mesmo por opositores. Um homem que dedicou sua vida à paz, à solidariedade e ao sonho de uma sociedade mais justa e fraterna. E cuja única arma foi sempre a palavra, escrita no jornal O Democrata, ou falada, em seus discursos eloquentes.
O autor seguiu a profissão do pai e atuou em jornais como Correio da Manhã, Estadão, O Globo, Folha da Tarde e Correio Brasilense. É também autor, junto com Rogério Medeiros, de “Um Novo Espírito Santo – Onde a Corrupção Veste Toga”, livro lançado em 2009 denunciando a corrupção desmedida no Judiciário Capixaba. Veio a falecer em 2012. Este livro é uma edição póstuma, organizado por seus filhos e familiares, em 2019, quando completam-se 70 anos do ocorrido. Momento fundamental para dar luz a esta história, pois o fantasma do autoritarismo renasce com grande força. É portanto uma homenagem à memória de Jaime Calado e também ao legado jornalístico de Stenka do Amaral Calado.
Jaime Calado, presente!