O todo aberto
14 de setembro de 2020O estádio era mais alegre
13 de outubro de 2020O Autor
Nilton Bahlis dos Santos
Começou a fazer política no Colégio Julinho em Porto Alegre. Em 1964 entrou na Faculdade de Arquitetura, onde participou do Diretório Acadêmico. Em 66 foi eleito para o DCE-URGS, depois para a UEE-RS e para a diretoria da UNE, em 1967. Como seu diretor participou da organização das lutas do Movimento Estudantil de 1968, dos debates sobre educação e da tentativa de reorganizar os Centros Populares de Cultura (CPC) da UNE, que organizavam ações dos estudantes diretamente junto a setores populares: atividades culturais, ações de educação, de saúde e saneamento, construções de habitações populares em sistemas de mutirão, e outras.
Em 1969 mudou para o Rio, vivendo na semi-clandestinidade até 1972, quando, com a queda de quase 200 companheiros, se exilou no Chile. Com o Golpe, foi preso no campo de concentração do Estádio Nacional do Chile e submetido a Corte Marcial, o que conta no livro “O Estádio era mais Alegre” desta mesma editora. Foi retirado de lá pela Cruz Vermelha Internacional e exilado na França, protegido pela Comissão da ONU para Refugiados, até 1979 quando voltou ao Brasil.
É jornalista, produtor cultural, doutor em Ciência da Informação, e especialista em sistemas complexos, redes sociais e Internet. Atualmente é pesquisador da Ensp e professor na Fiocruz, líder do Grupo de Pesquisa “Tecnologias, Cultura e Práticas Interativas e Inovação em Saúde” e coordenador do Núcleo de Experimentação de Tecnologias Interativas (Next) ambos da Fiocruz sediados na Ensp.
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O sujeito principal do Livro “E também lhes ensinem a ler: a experiência da Cruzada Nacional de Alfabetização da Nicarágua”… é o esforço de uma comunidade preocupada em resolver seus próprios problemas e, em particular, uma tarefa que a população se propôs como necessária: erradicar o analfabetismo no país. O estudo desta experiência, através do depoimento de seus próprios atores, dos documentos e registros de suas ações, pode ser uma contribuição importante quando a sociedade brasileira necessita terminar de resolver o problema da fome e da miséria e enfrentar de maneira radical os problemas da educação e da saúde.
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“A leitura do livro de Nilton Santos me fez recordar os quase dez dias em que estive na Nicarágua, discutindo em tempo integral, com as equipes responsáveis pela Cruzada Nacional de Alfabetização nos seus diferentes momentos e como vivê-los em plenitude. Vale a pena ler este livro expondo-nos ao que houve de criatividade, de aventura, de riscos, na Campanha Nicaragüense e que transborda dos depoimentos relatados por Nilton”. Paulo Freire
“Quando cheguei à Nicarágua, no início de 1980, para ficar três anos participando da construção de um novo sistema de saúde, estava em curso a Cruzada de Alfabetização. Ela marcou definitivamente a revolução nicaragüense. Alguns anos depois, participei da banca de tese de Nilton Bahlis dos Santos sobre a Cruzada, que foi a origem deste livro, e devo dizer que o autor analisa de forma séria, profunda e humana esta maravilhosa experiência latino-americana – que deve ser conhecida por todos – de como é possível transformar uma realidade quando existe decisão política”. Sérgio Arouca
“E também lhes ensinem a ler” é um relato apaixonado e apaixonante de um grande movimento político-popular, do dia-a-dia de uma Campanha de Alfabetização que levou todo um país a levantar-se, a despertar para a necessidade de uma segunda revolução, desta vez cultural, para manter a chama revolucionária. Nilton Santos nos apresenta muitos relatos desse percurso ao lado da história, da organização, da estrutura e metodologia da Cruzada de Alfabetização. Um texto gostoso de ser lido não somente pelo interessado em educação, mas por todos interessados em conhecer um povo que ousou construir o novo. A Cruzada Nacional de Alfabetização desenvolveu uma nova concepção da educação, subvertendo a relação tradicional entre educador e educando. O estudante não aprendeu apenas dos livros, mas do contato ativo com a realidade: foi aos bairros e povoados, conviveu com os operários e camponeses, aprendeu com o trabalho coletivo. Este livro deverá prestar uma grande ajuda ao estudante e ao professor brasileiros ao mostrar que a alfabetização é algo muito mais sério do que apenas saber ler e escrever. É participar como sujeito da cultura da produção, exercendo plenamente seus direitos numa sociedade. É começar a escrever uma nova história ... Moacir Gadotti (trecho de seu Prefácio ao Livro)